terça-feira, 23 de abril de 2013

Professores que tiveram ampliação para 40 horas anulada manifestam na sessão da câmara


Alguns vestidos de preto e outros de branco, os professores manifestaram na câmara.
Alguns vestidos de preto e outros de branco, os professores manifestaram na câmara.
A sessão da terça-feira, dia 23, foi marcada por fortes reivindicações em diferentes momentos. Depois da leitura das atas e votação e aprovação da mesma a vice-prefeita Maria Betivânia, popular Keinha, foi convocada pelo presidente, José Augusto, para fazer esclarecimentos a respeito das cobranças realizadas pelo legislativo sobre a prestação de contas do dinheiro do PET e Pró- jovem, que foi retirado dos cofres públicos na gestão passada quando ela era secretária de desenvolvimento social. Keinha disse não ter conhecimento de tais problemas. Enquanto secretária, fazia apenas licitações e as entregava aos responsáveis pela aprovação, neste caso, o poder executivo e aos conselheiros que se encarregavam de aprovar ou não o pedido. Porém, a vice-prefeita não nega que as licitações feitas foram atendidas, sendo assim, o dinheiro foi utilizado pela sua secretaria, mas não soube explicar a não prestação de contas aos órgãos competentes. Em seguida, o presidente da Câmara deixou espaço aberto aos vereadores que quiseram se manifestar com presença “surpresa” de Keinha naquele momento.
A vereadora Gilmara criticou a mesa falando que os vereadores não foram informados da participação da vice-prefeita. “Convoque também a ex-prefeita Nenca e os secretários responsáveis pelas contas para maiores esclarecimentos” – disse a vereadora, que afirmou que não estava preparada para questionar a ex-secretária Keinha.  A solicitação foi aceita pelo presidente e, assim, convocou a senhora keinha para estar presente na sessão da Câmara na terceira terça-feira do mês de maio.
É comum que as sessões da Câmara sejam apenas para os vereadores, já que a população não se faz presente, mas a sessão da terça-feira, 23 abril, chamou a atenção pela quantidade de pessoas que estiveram no local, mas não eram pessoas comuns. Alguns professores da rede municipal de ensino, todos vestidos de preto e com cartazes nas mãos, manifestavam na plenária cobrando apoio dos vereadores na luta pela revitalização do direito das 40 horas que foi anulado pelo prefeito através do decreto Nº 380, de 16 de abril 2013. Trazendo como frase principal para o protesto: “Estamos em luto, luto por um legislativo mais atuante”. Eles se levantavam para cada vereador que usava a tribuna exibindo os cartazes com frases fortes que expressavam o sofrimento na luta por solução mais justa. Os vereadores Anastácio Carvalho e Rômulo aderiram ao manifesto e até compraram camisas como forma de apoio a classe.
cartaz
Cada vereador que se dirigia a tribuna, 
os professores exibiam os cartazes.
O vereador Marquinhos foi o primeiro a usar a tribuna na sessão e expressou a sua revolta por não ter sido convocado pelos manifestantes para apoiá-los. “Acredito que somos uma família e que vocês deveriam convidar a todos para apoiarem suas reinvindicações e não um ou dois vereadores”.
Todos os outros vereadores usaram a tribuna com o mesmo contexto de apoio aos professores, mas o vereador Leandro teve um discurso plausível quando disse: “Quero expressar meu apoio aos professores e informar que já procurei responsáveis na prefeitura para tentar entender o que está acontecendo com a questão do enquadramento e do concurso, mas ainda não obtive resposta significativa”. O vereador questionou ainda: “Na gestão anterior, todos esses professores ganhavam quarenta horas e o município tinha verbas para pagar, por que agora não tem?” Segundo ele, uma pesquisa realizada no município mostrou que há muitas vagas para professores, tem salas sobrecarregadas de alunos ultrapassando o limite estabelecido – que é de 15 alunos por sala. Há escolas na sede e zona rural que nem tem professores, prejudicando os alunos que ficam sem aulas. E continuou questionando o fato “porque, então, não emprega esses professores? Há no município muita gente trabalhando como cargo de confiança sendo que tem muita gente concursada que está fora”. Aplaudido pelos os professores, o vereador continuou seu pronunciamento mostrando sua revolta pela falta de solução para os problemas da classe.
Vereador Leandro sentou no meio da plateia em apoio ao manifesto do Vereador Rômulo.
Vereador Leandro sentou no meio da plateia em apoio ao manifesto do Vereador Rômulo.
Ainda na sessão, durante a fala da vereadora Gilmara, o vereador Rômulo tomou a palavra, se levantou e pediu licença aos presentes dizendo: “Estou me retirando porque tive a minha fala cassada pelo presidente”, saiu e sentou-se no meio da plateia, ao lado da vice-prefeita Keinha que ainda se fazia presente no local, após a retirada de Rômulo, o vereador Leandro também se retirou e sentou ao lado do companheiro de bancada como forma de apoio. A vereadora Gilmara finalizou seu pronunciamento manifestando apoio ao vereador Rômulo e convidando a acionarem a justiça para que se acabasse com a “Ditadura” em Araci.
O presidente da casa, vereador José Augusto, esclareceu que puniu o vereador Rômulo porque ele, na sessão passada, havia utilizado de palavras de baixo calão – na verdade um desentendimento nos bastidores da câmara entre o presidente e o vereador Rômulo causou o mal estar entre os dois. Certamente alguma atitude do vereador não agradou nada o presidente e, ele, usando a bases que são lhe permitidos na presidência, puniu Rômulo.
Sendo o último a fala na tribuna, o presidente da Casa considerou inútil a manifestação dos professores dizendo que era apenas “uma manifestação partidária”. Após ter visto todos os professores se retirando da plenária câmara quando ele se dirigia para discursar.
A professora Mismara Sousa segura um cartaz em manifesto de apoio ao vereador Rômulo.
A professora Mismara Sousa segura um cartaz em manifesto de apoio ao vereador Rômulo.
A professora Mismara Sousa escreveu em sua página no facebook: “Estive na câmara de vereadores, hoje pela manhã, participando de uma manifestação silenciosa onde fomos reivindicar nossos direitos e pedir apoio aos vereadores. Estava tudo indo bem, até algumas falhas estavam passando batidas. Enfim, ouvimos e assistimos todo o tempo. Ao final quando vereador que não é presidente está presidente ia começar a falar ou tentar falar, nós, por um protesto de injustiça ao Vereador Rômulo, demos as costas ao presidente e saímos todos. Enfim, ao saímos, o mesmo disse em meio a outras palavras… TRATA-SE DE VÂNDALOS!”.
Por: Angélica Oliveira e Do Karmo Carvalho

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