16/03/2013 20h23
- Atualizado em
16/03/2013 20h27
Estiagem atinge mais da metade das cidades e compromete agricultura.
Barragem de Mirorós está com pouco mais de 6% da capacidade.
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Na beira da estrada, as plantações perdidas são a herança de uma seca que já dura quase dois anos. Em Irecê, a barragem de Mirorós, que fornece água para cerca de 300 mil pessoas, está com pouco mais de 6% da capacidade, cerca de 10 milhões de metros cúbicos. A capacidade máxima é 150 milhões de metros cúbidos.
"A expectativa era que no mês de novembro, dezembro, janeiro, que são os períodos de chuva, chovesse, o que aconteceu de forma insignificante e não foi possível fazer com que a barragem recuperasse níveis que pudessem dotar os agricultores, os ribeirinhos, da água suficiente para produzir com qualidade e quantidade", explicou Sérgio Coelho, engenheiro da Companhia do Desenvolvimento do Vale do São Francisco.
Com a situação, falta água pra irrigar as plantações. O milho plantado em uma propriedade de 12 hectares deu um prejuízo de quase R$ 10 mil. Em outra fazenda, que tem porte menor, Edvaldo Machado conta que não espera mais pela chuva, planeja tirar o sustento da palha, que é vendida pra alimentar os rebanhos de gado e cabra da região. "A esperança hoje é produzir volumoso, que é a palha", disse.
O produtor João da Silva mistura a palha do milho com a palma ao capim e consegue sustentar 23 cabeças de gado leiteiro. "Vale ouro isso, sem isso aqui não tem produção de leite", relatou. Ele continua tendo leite para vender, mas paga caro pela ração. O irmão, que cria cabras, usa só a palma que plantou, mas sabe que ela só vai durar até o fim do ano. "Para 2014 eu não sei te responder nada. Estou muito preocupado", contou.
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