O Sindicato Rural de Araci – SRA vem atuando intensamente em combate
aos efeitos da seca, utilizando meios tecnológicos através de seus
parceiros. Recentemente uma nova tecnologia foi experimentada no
Assentamento Santa Virginia, onde cerca de 13 produtores estão
envolvidos. A barragem subterrânea com 100 metros linear construída no
assentamento através do SRA com os parceiros FAEB/SENAR e com o
acompanhamento técnico da Embrapa semiárido, tem com papel principal
proporcionar alimentação para animais e também cultivo de produtos para o
consumo humano.
“A barragem é fruto de um estudo da Embrapa. Nós participamos de um
treinamento com técnicos da Embrapa no município de Miguel Calmon” –
explicou o presidente interino do SRA, Iran dos Anjos, ressaltando
ainda, que para receber a barragem em sua propriedade, “o produtor rural
deve ser afiliado ao SRA ou inserido em algum programa do sindicato”.
Novas áreas estão sendo avaliada pelo sindicato na região das comunidades de Barreira, Várzea da Pedra e Tapuio.
A barragem é uma solução simples que pode ajudar muito os
agricultores do semiárido a segurar a umidade das águas do período
chuvoso. A barragem subterrânea é uma construção rápida e barata que
mantém perfeitamente a umidade do solo favorecendo o plantio durante,
praticamente, o ano todo. Quando se fala em barragem no Nordeste o que
se pensa é em um muro feito de terra batida, de pedra ou de tijolo, que
demandam muita mão-de-obra e dias ou semanas de construção. Para a
barragem subterrânea, é usada uma lona plástica, material muito simples e
de fácil assentamento.
Com uma máquina retroescavadeira cava uma valeta com fundura e
comprimento adequados ao terreno – que deve ser bem escolhido e que
tenha uma ligeira inclinação (tipo um riacho raso). A lona é estendida
pelos comprimentos que deu a valeta. Ela já vem dobrada de uma forma
que, quando aberta, possa cobrir não só toda a parede do barranco como
sobrar um tanto na superfície e no fundo do buraco.
Uma quantidade do material que foi escavado é jogado como peso para
prender bem a aba da lona na base da vala. Ela tem que ficar bem
encostada na parede. Daí a importância de se limpar bem as raízes.
Qualquer pontinha pode furar.
Depois, a retroescavadeira repõe toda a terra que foi tirada do
buraco. Toda a valeta é preenchida como é coberta a aba que sobrou na
parte de cima. De modo que, terminado o serviço, quem passar pelo lugar
não vai perceber que tem uma lona enterrada.
Com as águas da chuva que rolam por aquela área (daí a importância do
local ter uma ligeira inclinação) vai encontrar a valeta, ao penetrar
no barro que cobre a valeta, água não tem como escapar por causa da
lona, e assim, vai ficar presa por muito mais tempo mantendo sempre o
terreno úmido. Mesmo no verão, o produtor terá terra úmida para plantar
forrageiras, milho e outros cultivos que serve de alimentação animal e
até mesmo humano.
Fonte: Portalfolha
Fonte: Portalfolha
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