Foto: Clayton de Souza/Estadão
Especialistas
que defendem a descriminalização do consumo de drogas ouvidos
lamentaram a posição do papa Francisco em seu discurso, na noite de
quarta-feira (24), no Rio de Janeiro, quando criticou iniciativas que
estariam "deixando livre o uso das drogas". "Lamentavelmente, o papa se
equivoca ao relacionar as política antiproibicionistas com uma ideia de
liberou geral, de anarquia, quando é justamente o contrário", disse a
socióloga Julita Lemgruber, coordenadora do Centro de Estudos de
Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, em entrevista ao
jornal Folha de S. Paulo. "As pessoas que defendem a legalização a
querem com regulação, com ação do Estado. Hoje, as drogas são proibidas
e, mesmo assim, o consumo cresce no mundo”, argumentou. A jurista Maria
Lúcia Karam, membro da ONG internacional Law Enforcement Against
Prohibition (Leap), disse que o papa "irá compreender, mais cedo ou mais
tarde", que os sofrimentos causados pela proibição são maiores do que
os do vício. “Essa política de guerra às drogas é inconciliável com os
valores cristãos. Ela provoca violência, morte, está enchendo os
cárceres do mundo todo", disse. "A legalização da produção, do comércio e
do consumo de todas as drogas é fundamental para por fim a esses
sofrimentos”, complementou. Os especialistas elogiaram a figura do papa,
por seu perfil carismático e humanista, mas afirmaram que ele está mal
orientado no tema.
Da redação
Fonte: Bahia Notícia
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